Segundo Jim O'Neill, próximo governo deve manter estabilidade macroeconômica para 'manter ímpeto'.
Políticas públicas para fortalecer a classe média podem ser a chave para que o Brasil deixe de ser apenas um país emergente para se estabelecer como um país desenvolvido, na avaliação do economista britânico Jim O'Neill, considerado "pai" dos Brics.
"Se há uma diferença específica entre uma economia tipicamente desenvolvida e uma em desenvolvimento, é talvez o tamanho da classe média. E a melhor maneira para (a classe média) aumentar e prosperar é por meio da elevação da renda real"
Jim O'Neill
O'Neill, que está deixando o cargo de economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs para gerir a divisão de administração de ativos da instituição, cunhou o acrônimo Bric para se referir aos quatro gigantes emergentes da economia mundial - Brasil, Rússia, Índia e China.
O economista é um dos especialistas ouvidos pela BBC Brasil como parte da série 'O que falta ao Brasil?, que discute os desafios do Brasil para se tornar um país desenvolvido.
"Se há uma diferença específica entre uma economia tipicamente desenvolvida e uma em desenvolvimento, é talvez o tamanho da classe média. E a melhor maneira para (a classe média) aumentar e prosperar é por meio da elevação da renda real", avalia O'Neill.
Uma pesquisa divulgada neste mês pela Fundação Getulio Vargas, com base em dados da última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, indica que esse crescimento da classe média parece já estar em curso.
Segundo o estudo, a classe C passou no ano passado a representar mais da metade da população brasileira (50,5%), com a incorporação de 29 milhões de pessoas entre 2003 e 2009, e ultrapassou as classes A e B em pode de compra.
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