BRUXELAS — A Espanha prevê completar a retirada de suas tropas no Afeganistão em 2014, ao término de um processo que terá início no primeiro semestre do próximo ano, indicou nesta sexta-feira, em Bruxelas, o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.
"A Espanha tem um plano de retirada do Afeganistão", explicou Zapatero em coletiva de imprensa ao término de uma cúpula de dois dias da União Europeia (UE) consagrada à crise financeira grega.
Madri prevê concretamente retirar 10% de seus efetivos no primeiro semestre de 2012, até 40% no primeiro semestre de 2013 e completar a operação em 2014, detalhou o chefe do executivo espanhol.
A Espanha tem um contingente de 1.500 militares na Afeganistão dentro da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan.
O presidente francês Nicolas Sarkozy também anunciou nesta sexta-feira, em Bruxelas, que centenas de soldados serão retirados do Afeganistão antes do final do ano.
"No fim deste ano, começo do próximo ano, os soldados franceses, várias centenas deles, regressarão à França no total, de acordo com a decisão tomada pelo presidente americnao Barack Obama", declarou Sarkozy à imprensa, ao fim da cúpula europeia.
"Durante o mês de julho terei a oportunidade de dar todos os detalhes da localização (dos soldados) e seu número", afirmou ainda.
Na véspera, a presidência francesa emitiu um comunicado anunciando que a França iniciará "uma retirada progressiva" de seus reforços enviados ao Afeganistão, "de modo proporcional e em um calendário comparável à retirada dos reforços americanos".
A declaração da presidência francesa ocorreu depois do anúncio feito na quarta-feira pelo presidente americano Barack Obama sobre a retirada até o verão (hemisfério norte) de 2012 de um terço das forças de seu país enviadas ao Afeganistão, ou seja, 33.000 homens.
Antes de seu discurso, Obama conversou por telefone na quarta-feira com Sarkozy "para discutir com ele nosso compromisso comum no Afeganistão", ressalta o Palácio do Eliseu.
"Sarkozy ressaltou que a França compartilha da análise e dos objetivos americanos e saudou a decisão do presidente Obama", acrescentou.
Após a sua conversa com o presidente americano, Sarkozy "confirmou que a França vai continuar apoiando plenamente seus aliados, ao lado do povo afegão, para realizar o processo de transição", continuou.
"Levando-se em consideração os progressos realizados, iniciaremos a retirada gradual dos reforços enviados ao Afeganistão, de forma proporcional e com um calendário comparável ao da retirada dos reforços americanos. Esta retirada será realizada por meio de consultas com nossos aliados e com as autoridades afegãs", frisou.
Cerca de 4.000 soldados franceses estão mobilizados atualmente no Afeganistão.