Este blog é um espaço cultural que tem por objetivo mostrar fatos atuais e aspectos importantes da área de artes. É mantido por alunos de uma turma de nono ano do Ensino Fundamental Maior. Foi construído com o objetivo de levar à sociedade um conjunto de informações e conhecimentos; realizar associações, produzir textos criativos e despertar a consciência crítica.
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quarta-feira, 13 de abril de 2011
historico do Inhotim
A propriedade particular foi se transformando com o tempo. Começava a nascer um grande espaço cultural, com a construção das primeiras edificações destinadas a receber obras de arte contemporânea. Ganhava vida também o rico acervo botânico, consolidado a partir de 2005 com o resgate e a introdução de coleções botânicas de diferentes partes do Brasil e com foco nas espécies nativas.
Inhotim
A proposta museológica do Inhotim compreende diferentes espaços expositivos. Muitas obras estão expostas ao ar livre, em meio ao jardim, imersas na mata, no topo de uma montanha, ou sobre um espelho d'água. Outros trabalhos se encontram em espaços fechados, exibidos individualmente em pavilhões construídos especialmente para abrigá-los, ou compondo mostras coletivas em grandes galerias. A coexistência de espaços abertos e fechados promove uma experiência singular de fruição da obra de arte.
Outro diferencial deste espaço museológico do Inhotim é a ausência de um percurso linear preestabelecido, de uma ordem obrigatória, ou de uma perspectiva predominante. As trilhas que percorrem organicamente o parque propõem percursos livres entre as obras ao ar livre e as galerias.
Adriana Varejão
Adriana Varejão bate recorde de obra mais cara de brasileiro vivo
"Parede com incisões à La Fontana II" foi leiloada por R$ 2,975 milhões em Londres
Uma tela da artista plástica Adriana Varejão se tornou, na quarta-feira, 16, a obra mais cara de um artista brasileiro vivo. "Parede com incisões à La Fontana II", feita em 2001, foi leiloado por R$ 2,975 milhões na casa especializada Christie's, de Londres.
Adriana quebrou o recorde de Beatriz Milhazes, que teve o quadro "O Mágico" (2001) leiloado por R$ 1,746 milhão na Sotheby's de Nova York no ano passado. Milhazes também era dona do recorde anterior, de R$ 1,7 milhão pela tela "Laranjeiras" (2002), vendida em 2007.
Carioca nascida em 1964, Varejão já participou de exposições na Bienal de São Paulo, no MoMa em Nova York e na Tate Modern em Londres. Sua obra mais cara até então era "Paisagem Canibal", vendida por R$ 1 milhão no ano passado.
Novas obras contemporâneas são inauguradas no Inhotim |
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O Instituto Inhotim inaugura, nos dias 30 de setembro, 2 e 3 de outubro, nove obras permanentes no espaço localizado na cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Os trabalhos são dos artistas Chris Burden, Doug Aitken, Edgard de Souza, Janet Cardiff & George Bures Miller, Jorge Macchi, Matthew Barney, Rivane Neuenschwander, Valeska Soares e Yayoi Kusama.
As obras de grande escala estarão disponíveis para a visitação do público a partir do dia 1º de outubro. Dessa maneira, o Inhotim pretende se consolidar como um espaço de arte contemporânea diferenciado, com propostas inovadoras, onde a arte é exposta junto com a natureza.
O Inhotim fica na Rua B, número 20, em Brumadinho. O horário de funcionamento é quinta e sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30. Os ingressos custam R$ 7 (meia-entrada) e R$ 15 (inteira).
Inhotim
Centro cultural Inhotim pode se tornar primeiro jardim botânico particular do país |
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Classe C ganha quase 20 milhões de pessoas e passa a ser a maior do país
Mais de 19 milhões de brasileiros migraram para a classe C em 2010 e esse grupo passou a representar a maior parcela da população do país. A pesquisa O Observador 2011, encomendada pela Cetelem BGN, empresa do grupo financeiro BNP Paribas, mostra que a classe média tem agora 101 milhões de pessoas.
Com a renda aumentando e o desemprego em queda, no ano passado o consumidor passou a comprar itens que permitiram que ele subisse na escada social. Veículos, eletrodomésticos e até a acasa própria fizeram com que essa fatia da população de menor renda passasse a ser considerada classe média.
As classes sociais utilizadas no estudo são as definidas pelo CCEB (Critério de Classificação Econômica Brasil), que leva em conta itens como posse de, carros e pela quantidade de banheiros na casa, por exemplo.
Em 2009, a pesquisa mostrou que a classe C representava 49% da população brasileira, e naquele ano mais de 30 milhões tinham passado das classes D e E para a C. No mesmo período, os que subiram para as classes A e B somavam quase 1 milhão.
A renda familiar do brasileiro cresceu de R$ 1.285 para R$ 1.557 entre os dois anos analisados. O maior aumento percentual ocorreu entre as famílias das classes A e B, cuja renda mensal familiar média foi de R$ 2.533 para R$ 2.983. Na classe C, esses valores passaram de R$ 1.276 para R$ 1.338. Entre o grupo D/E, esse valor foi de R$ 733para R$ 809.
Miltonleise Carreiro Filho, vice-presidente da Cetelem no Brasil, diz que os gastos dos brasileiros acompanharam o crescimento generalizado da renda em todas as classes. No ano de 2010, os brasileiros gastaram em média, mensalmente, R$ 165 a mais que em 2009.
- Em uma conta simples, só o aumento da renda da população das classes D e E entre 2009 e o ano passado significou mais de R$ 1,4 bilhão disponível para o consumo dessas famílias. É um dinheiro sobrando no orçamento para elas fazerem o que quiserem.
Consumo e otimismo aumentam
A pesquisa mostrou que os gastos dos brasileiros aumentaram em todas as categorias. As despesas essenciais (com supermercado, conta de luz, aluguel, etc.) aumentaram menos. O grande salto ocorreu em gastos com vestuário, seguros, prestação da moradia (a conta de um financiamento habitacional, por exemplo) e crédito bancário (empréstimos ou cheque especial, entre outros).
Para Marcos Etchegoyen, diretor-presidente da financeira, esses números mostram que o brasileiro passou a ter acesso a coisas que antes eram somente sonhos, entre eles a casa própria, e isso mantém a roda da economia girando de forma sustentável. Para ele, é um momento histórico.
- Em 2008 já falávamos do crescimento da classe C; em 2009 ela somava 49% da população, mesmo com a crise financeira. Com os dados de hoje, posso dizer, com certeza, que houve uma enorme mobilidade social no Brasil. Estamos passando por um momento histórico com o fim da pirâmide social [de renda]. Estamos vendo agora um losango.O brasileiro, além disso, está mais otimista. Depois da crise, a avaliação sobre a economia do país aumentou muito em relação aos anos anteriores. Desde 2009, o otimismo é a palavra que define a expectativa do brasileiro em relação ao país, segundo a pesquisa.
O estudo divulgado nesta terça-feira (22) é feito todos os anos em 13 países e ouviu 1.500 pessoas em 70 cidades brasileiras (inclusive nove capitais) para avaliar os hábitos de consumo e a intenção de compra da população. No Brasil, o levantamento ocorreu entre os dias 24 e 31 de dezembro.
http://noticias.r7.com/economia/noticias/classe-c-ganha-quase-20-milhoes-de-pessoas-e-passa-a-ser-a-maior-do-pais-20110322.html
ADRIANA VAREJAO
Não se iluda com a cara de anjo – a mulher aí em cima é uma fera. Neste ano de 2005, a artista plástica Adriana Varejão já fez uma exposição em Paris, terminou um casamento de seis anos, ficou grávida (Catarina vai nascer em janeiro), casou-se novamente, montou e inaugurou outra exposição em São Paulo com todas as peças vendidas, ao precinho de 110.000 dólares cada uma. E com fila de espera. "Ela tem mercado de verdade", atesta o marchand Jones Bergamin, da Bolsa de Arte do Rio de Janeiro. Aos 41 anos e aparentando muito menos, bonita, chique, moderna, apaixonada, morando num dos lugares mais espetaculares do país, Adriana está no auge. Detesta, por motivos óbvios, ser chamada de a princesa das artes plásticas, mas é difícil imaginar classificação mais precisa para quem, além de ter sua aparência, marca presença nas principais coleções do Brasil e do mundo – Tate Modern, Guggenheim, Fundação Cartier, Patricia Cisneros, Gilberto Chateaubriand e José Olympio Pereira, entre outros.
A obra de Adriana faz uma ponte entre a modernidade e as convulsões físicas e mentais do barroco brasileiro, que descobriu adolescente, numa viagem a Minas Gerais. Influências? Ela lista, de um fôlego só, intelectuais (Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre), artistas (Rembrandt, Goya, Diego Rivera, Iberê Camargo) e cineastas (Peter Greenaway, David Cronenberg). O resultado, que junta elementos de azulejaria a representações realistas de vísceras expostas, é definido pela autora como a síntese de elementos aparentemente desconexos, que vão de botequim na boêmia Lapa carioca a piscina em Budapeste, passando por "notícia de jornal, banheiro de rodoviária, carne-seca em Caruaru e quadro em Nova York". Comentário típico de artista, certo? Mas Adriana não tem nada do estereótipo de excentricidade maluquete normalmente associado à categoria. Disciplinada, trabalha pelo menos oito horas por dia, com duas auxiliares; atenta aos negócios, dedica parte da jornada ao escritório e tem sua vida empresarial completamente organizada, com firma de exportação, impostos em dia e contador. É do time que considera inspiração coisa do século XIX e afirma que sua profissão é igual a outra qualquer, embora a criação seja um processo sofrido. "Durmo cheia de problemas. Quadro tem personalidade própria, e a relação nem sempre é amorosa", diz. O que não impede que tenha tempo para ser carioca da gema: adora praia, chorinho, cachaça e botequim e já teve seu trabalho estampado nas camisetas do bloco Simpatia É Quase Amor, um ícone do Carnaval da Zona Sul do Rio.
Adriana foi salva da banalidade como artista (mulher, bonita, com uma queda por exotismos orientais) pela tremenda força criativa que explode em sua obra. Filha de pai militar e mãe nutricionista, pensou em ser engenheira. Não chegou ao fim do primeiro ano. Depois tentou desenho industrial. A história se repetiu. Em 1984, matriculou-se na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio, berço da chamada geração 80, imediatamente anterior à sua. Lá, descobriu a possibilidade de viver da arte. Na mesma época, enamorou-se, literalmente, do Oriente. Enveredou pelas artes marciais, tornou-se professora de tai chi chuan, casou-se com seu instrutor, viajou para a China. Depois viveu um casamento de seis anos e muitas rodas de samba com o músico Marcello Gonçalves. Em março deste ano, uma nova guinada. Foi durante uma visita a Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, a convite do empresário mineiro Bernardo Paz, dono do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, um ambiciosíssimo empreendimento cultural construído para abrigar sua coleção. O assunto em pauta era a construção de um pavilhão dedicado ao trabalho de Adriana. Rapidamente, a conversa tomou outro rumo – e que rumo. Em poucas semanas ambos desfizeram os respectivos casamentos e, em seguida, ela engravidou.
As fofocas ultrapassaram as fronteiras do mundinho das artes plásticas. Paz é quinze anos mais velho que Adriana, estava no quinto casamento, e é uma figura controvertida no meio artístico. Seu Centro de Arte, de uma beleza de tirar o fôlego, é considerado um espetáculo pelos admiradores e um delírio megalomaníaco pelos detratores. O namoro e a festa de arromba do casamento catapultaram Adriana dos suplementos culturais para as colunas sociais. "Foi muito estranho. A gente fazia qualquer coisa e saía no jornal", diz ela. A festa, para 300 convidados, aconteceu em plena ebulição do escândalo do mensalão, o que acrescentou ainda mais pimenta às fofocas em torno do casal, porque Cristiano Paz, sócio de Marcos Valério nas agências SMPB e DNA, é irmão de Bernardo (e acabou não indo à festa).
No ano que vem, que começará com o nascimento de Catarina, a vida de Adriana ganhará contornos de malabarismo. Ela terá de se dividir entre o feijão-tropeiro com lingüiça e a alimentação natureba, entre a escala monumental de Inhotim e a sua própria, intimista, entre duas casas e dois ateliês. Vai acompanhar a construção do pavilhão que deu início a seu romance com Paz e trabalhar nas obras que ficarão ali expostas, mas não quer permanecer longe do mercado do Rio e de São Paulo (nem dos botequins cariocas, claro). Adriana está se programando para viver na originalíssima ponte aérea Jardim Botânico–Brumadinho. Quanto ao resto do mundo que conta na sua profissão, este vem até ela.
23 de novembro de 2005