A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) faz um alerta aos governos em seu Relatório de Monitoramento Global de 2011, divulgado nesta terça-feira: o compromisso assumido por 164 países, entre eles o Brasil, para melhorar a qualidade da educação no mundo até 2015 está “longe de ser atingido”.
“Em 2008, 67 milhões de crianças estavam fora da escola. O progresso em direção à universalização da escolarização está mais lento. Se as tendências atuais continuarem, pode haver mais crianças fora da escola em 2015 do que há hoje”, alerta a pesquisa. Quase metade dessa população está concentrada em apenas 15 países, entre eles o Brasil, que tem 700.000 crianças fora da escola segundo os dados da Unesco. Como a velocidade da inclusão desse grupo vem caindo, a organização estima que, caso a tendência se mantenha, em 2015 serão 72 milhões sem acesso ao ensino no mundo.
A organização afirma que na última década houve avanços, como a melhoria do bem-estar na primeira infância, mas que ainda existem entraves para o avanço na área da educação. Além do grande número de crianças fora da escola, a lenta redução do analfabetismo preocupa a Unesco. De acordo com o relatório, 17% da população mundial ainda está nessa situação. O objetivo de reduzir em 50% o porcentual de analfabetos em cada um dos países signatários não será atingido por uma parcela dos participantes. Segundo a Unesco, o fracasso é reflexo do “descaso de longa data para com a alfabetização nas políticas educacionais”.
Assinado em 2000, durante a Conferência Mundial de Educação em Dacar, no Senegal, o compromisso Educação para Todos (EPT) estabelece seis objetivos que devem ser atingidos pelos signatários até 2015: ampliar a educação para a primeira infância, universalizar o acesso à educação básica, garantir o atendimento de jovens em programas de aprendizagem, reduzir em 50% as taxa de analfabetismo, eliminar as disparidade de gênero no acesso ao ensino e melhorar a qualidade da educação.
A Unesco criou um índice (Education For All Development Index – EFA) para medir o desempenho dos países em relação ao cumprimento das metas. Entre os 127 países avaliados por esse indicador, o Brasil está no grupo com resultado “mediano” e ocupa a 88ª posição do ranking. No topo da lista estão o Japão, a Grã-Bretanha e a Noruega. O Chile, o Uruguai e a Argentina são os latino-americanos que fazem parte da lista com alto índice.
Fonte: Revista Veja Online
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