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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Património da Humanidade é um direito do Bom Jesus

A classificação do Santuário do Bom Jesus do Monte como património mundial da humanidade, “mais do que um desejo da Arquidiocese de Braga, é um direito”. A afirmação do arcebispo D. Jorge Ortiga foi feita ontem, dia em que a Real Confraria do Bom Jesus homenageou o cónego José Marques, juiz presidente honorário falecido há um ano.

O prelado bracarense entende que poucos lugares merecem como o Bom Jesus a inclusão pela UNESCO na lista do património da humanidade, mas o actual presidente da Confraria, João Varanda, afirma que não devem ser criadas expectativas muito optimistas em relação a uma classificação que é um processo lento.

Aquele responsável adiantou que o processo de candidatura “é ainda muito precoce”, devendo ser sustentado com o material científico que sairá do Congresso Luso Brasileiro do Barroco que o Santuário do Bom Jesus acolhe em Outubro próximo, no âmbito das comemorações do bicentenário da conclusão das obras do Templo.

João Varanda prevê que em 2012 a candidatura à UNESCO se concretize, dando sequência ao trabalho coordenado pela arquitecta Teresa Andersen, responsável pela candidatura ganhadora do Douro Vinhateiro a património mundial da humanidade.

O arcebispo de Braga considera que uma classificação do Bom Jesus como património mundial pode acelerar o processo de requalificação do santuário actualmente em curso com um investimento estimado de seis milhões de euros.

“A Confraria tem feito a sua parte, mas falta muito mais. A mesa administrativa não poderá continuar com o mesmo ritmo”, reconheceu D. Jorge Ortiga, antes da inauguração da Alameda Cónego José Marques.
Sobre as hipóteses do Bom Jesus vir a obter o reconhecimento da UNESCO, João Varanda alegou que o Bom Jesus de Congonhas, no Brasil, já é património da humanidade. “Se as cópias são classificadas, o Bom Jesus do Monte tem mais que condições para o ser”, acrescentou.

Recuperação é um trabalho sem fim

O presidente da Confraria do Bom Jesus reconhece que há ainda muito a fazer para a requalificação total da estância turística.
Prioritária nesta fase é a sinalética de trânsito e informativa, a par do reforço da iluminação.

A Confraria não tem nesta altura meios financeiros para proceder a melhoria no Templo do Bom Jesus, a necessitar da substituição das coberturas.
“A recuperação do Bom Jesus é um trabalho que não tem fim. O santuário foi construído de forma permanente e paciente”, disse João Varanda, destacando os 55 hectares de terrenos que a Confraria tem de gerir e conservar. Recentemente, em colaboração com a Quercus, a Confraria plantou mais de 700 carvalhos na mata do santuário.

Na inauguração da Alameda Cónego José Marques foi salientado o passo inicial dado pelo sacerdote no processo de reabilitação do santuário.
Franquelim Marques, em nome da família do homenageado, destacou “a grande dedicação e amor a este monumento”.
O cónego José Marques dirigiu a Confraria do Bom Jesus entre 1982 e 2003.

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