Alcoolismo mata quase o mesmo que crack
Estudo feito com alcoólatras aponta mortalidade de 17% em cinco anos. Na Inglaterra, índice é de 0,5%
Um estudo da Unifesp mostra que, em 5 anos, morreram 17% dos dependentes de álcool atendidos em uma unidade de tratamento de São Paulo. De acordo com o médico Ronaldo Laranjeira, que chefiou a pesquisa, o índice se aproxima da mortalidade encontrada no tratamento de viciados em crack.
Estudo semelhante feito com usuários da droga mostra que 30% dos dependentes morreram após 12 anos de uso, a maioria nos cinco primeiros anos.
A pesquisa foi atrás de 232 pessoas atendidas numa unidade de atendimento do Jardim Ângela, zona sul. Após 5 anos, 17% dos pacientes havia morrido pelo vício. “Venho notando há muitos anos que a mortalidade é muito alta, e o estudo confirmou isso”, diz Laranjeira. As mortes estão relacionadas à violência (66% dos casos) e às doenças decorrentes do uso de álcool (34%).
Em comparação com a mortalidade de alcoólatras em outros países, os números preocupam. Na Inglaterra, segundo Laranjeira, a parcela não chega a 0,5% de atendidos mortos em um ano.
“Morre-se muito porque não temos uma rede assistencial de proteção”, diz o especialista, que acha que faltam investimentos públicos na área. “Os gestores de saúde não dão a devida prioridade ao alcoolismo”, diz o especialista.
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