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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Brasil, um país de poucos leitores

A pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, divulgada recentemente e encomendada ao Ibope pelo Instituto Pró-Livro, apresentou números reveladores: 77 milhões de brasileiros não leem livros regularmente. Abrangendo mais de 170 milhões de pessoas, ou seja, 92% da população, ela foi levantada em 311 municípios. Os números mostram que as mulheres leem mais que os homens e a Bíblia é a obra mais importante para os adultos.

Embora poucas pessoas saibam, no dia 29 de outubro é comemorado “O Dia Nacional do Livro”, data escolhida por representar a fundação da Biblioteca Nacional. Infelizmente, por não ser feriado, não é uma data lembrada, nem festejada, uma pena pois não podemos relegar a plano secundário a importância da leitura para a melhoria da cidadania e do desenvolvimento do país.

O aprimoramento da educação é fator essencial para resolver o problema da falta de leitura no Brasil, um país que tem 14 milhões de analfabetos entre 7 e 14 anos de idade. Aliás, é com a educação e somente com a educação que poderemos almejar uma Nação próspera e desenvolvida, dando plena capacidade de raciocínio e inteligência aos jovens. Na França, por exemplo, a média de leitura é de 10 livros por ano para cada cidadão, enquanto que aqui é de 4,7. É muito pouco para nos ombrearmos aos países mais desenvolvidos.

É um problema estrutural que deve ser enfrentado por todas as camadas da população. Levantamento do Sistema Nacional de Bibliotecas mostra que ainda restam 362 municípios que não possuem nenhuma biblioteca pública no Brasil (eram 1.300 em 2003). As regiões onde a situação é mais crítica são Norte e o Nordeste, onde, não por coincidência, os índices de leitura, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, também são os mais baixos do País. O estado em pior situação é o Piauí, onde nada menos do que 79 cidades não possuem esse serviço público essencial. Em seguida, aparecem a Bahia, com 67; a Paraíba, com 48; e o Rio Grande do Norte, com 28 cidades.

Os dados são preocupantes, mas parece ter sensibilizado as autoridades, pois representantes da Frente Parlamentar Mista da Leitura, reunidos no Congresso com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e dirigentes ligados ao meio literário discutiram soluções para o setor, durante o Seminário de Incentivo à Leitura no Brasil. Poderá ser criado, por decreto presidencial, o Fundo Pró-Leitura, uma forma de financiar as ações previstas no Plano Nacional do Livro e Leitura. O fundo seria uma contrapartida do setor livreiro, com aproximadamente 1% de seu faturamento anual e, se aprovado, pode gerar R$ 46 milhões por ano para as políticas oficiais de incentivo à leitura.

Agora resta aguardar que providências sejam tomadas e levadas a sério para que o Brasil deixe, também neste setor, de ocupar a triste estatística negativa dos últimos lugares, como acontece em outros segmentos da educação e da saúde. Esperamos as próximas pesquisas, torcendo para que os nossos números melhorem.

refe. bibliog.:
http://www.companysul.com.br/edicoes

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