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terça-feira, 12 de abril de 2011

Visita do Obama ao Brasil

Apesar de a visita do primeiro presidente negro dos Estados Unidos à primeira presidente mulher do Brasil ser marcada por simbolismos e uma expectativa de estreitamento nas relações diplomáticas, a Casa Branca enfatizou nesta semana que o principal objetivo da viagem de Barack Obama é econômico. “A viagem é fundamentalmente sobre a recuperação dos EUA, as exportações do país e o papel crucial que a América Latina tem em nosso futuro econômico e nossos empregos", disse Mike Froman, vice-conselheiro nacional de segurança para temas de política econômica internacional, em um briefing.
De acordo com um comunicado emitido pelo governo americano, Estados Unidos e Brasil compartilham “uma das mais importantes relações econômicas e comerciais do mundo”. “O Brasil é o nosso décimo maior parceiro comercial. As exportações de produtos e serviços americanos ao país em 2010 são estimadas em mais de 50 bilhões de dólares, criando 250.000 empregos”, diz a nota, ressaltando ainda que o Brasil é a sétima maior economia do globo. Por isso, a Casa Branca pretende estreitar as relações econômicas com Brasília, discutindo até um tratado que pode, no longo prazo, levar a uma abertura de mercados.
Entre os temas econômicos, os maiores interesses americanos no Brasil estão nos setores de energia e de infraestrutura. Uma comissão de 60 especialistas – entre empresários e políticos – vem ao pais para conhecer de perto as duas áreas e investigar como os EUA podem se beneficiar dessa relação.
Washington vê com bons olhos a descoberta e a exploração das reservas do pré-sal. O país deseja fornecer maquinário e serviços à indústria de petróleo do Brasil. Também pretende obter um compromisso de compra do produto brasileiro no futuro, diminuindo a dependência do petróleo extraído no Oriente Médio e no Norte da África.
Além da commodity, os EUA e o Brasil devem discutir fontes de energia renovável e biocombustíveis. Os americanos têm particular interesse na avançada tecnologia brasileira nesta área. Contudo, também há problemas, já que eles renovaram a tarifa de importação do etanol no ano passado. Além disso, o país subsidia a sua produção de etanol de milho.
“Este é, provavelmente, um dos grandes pontos de atrito. As políticas domésticas aqui nos EUA tornam extremamente difícil mudar os subsídios para os nossos produtores rurais. Não é impossível, mas é difícil”, disse ao site de VEJA Ted Piccone, pesquisador sênior do think tank americano Brookings Institution e um dos autores do livro Shifting the Balance: Obama and the Americas ("Mudando o Equilíbrio: Obama e as Américas", em tradução livre).
Subsídios americanos a produtos agrícolas são, aliás, alvo constante de tensão entre os dois países. Em 2008, a Organização Mundial do Comércio (OMC) condenou os EUA pelos subsídios à produção doméstica de algodão, o que prejudicava produtores brasileiros. Quanto à infraestrutura, Froman destacou que as empresas americanas estão de olho em grandes negócios, especialmente com os preparativos para a Copa do Mundo e da Olimpíada no Brasil.

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