"Há um complô contra o povo líbio, seja imperialista, venha da Al Qaeda ou bem do interior", assinalou Kadafi em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo diário francês "Le Figaro", antes de afirmar que "o povo líbio deve esmagá-lo".
Kadafi assegurou que com a capital dos rebeldes, Benghazi, seu objetivo é "libertar a população dos grupos armados", e advertiu que "é muito provável" que essas forças matem civis e acusem o Exército por essas mortes.
Perguntado sobre quanto tempo levará para controlar o país, respondeu: "Se utilizássemos a força, nos bastaria um só dia. Mas nosso objetivo é desmantelar progressivamente esses grupos armados recorrendo a diferentes meios, como cercar cidades e enviar mediadores".
Também indicou que "é bastante possível" que os membros do Conselho Nacional de Transição que foi constituído em Benghazi fujam para o Egito, e assegurou que perdoará seus antigos ministros e diplomatas que passaram a integrar essa estrutura porque fizeram isso na condição de "reféns".
O líder líbio negou a possibilidade de negociar com os rebeldes, com o argumento que "a Al Qaeda não dialoga com ninguém. Se o mundo quer falar com a Al Qaeda, que dialogue com (Osama) Bin Laden".
Kadafi insistiu que "não há adversários na Líbia", apenas "grupos armados", já que, se o povo não está contente, pode manifestar suas reivindicações nos comitês que existem: "Como é o próprio povo que se governa, não há problema".
Por essa mesma razão, descartou as reformas: "Não há motivo para que o acontecimento acidental que enfrentamos leve a uma mudança, porque, segundo o funcionamento da Líbia, o poder está nas mãos do povo".
E sobre se poderia se afastar do poder, como ocorreu com os presidentes da Tunísia e do Egito, assinalou, entre risos, ser apenas "o guia da revolução líbia", e que, como tal, não pode "trabalhar contra a vontade do povo".
"Na Tunísia e no Egito, os povos estavam contra seus Governos. Na Líbia, pelo contrário, o povo está comigo", concluiu.
Argel, 17 mar (EFE).- Um porta-voz rebelde assegurou hoje que os combates de quarta-feira em Misrata, a terceira maior cidade líbia e a última do oeste do país sob controle insurgente, deixaram 80 mortos entre as tropas de Muammar Kadafi e 18 em suas fileiras, segundo a cadeia de televisão "Al Jazira".
A rede, que não identificou o porta-voz, mostrou imagens dos combates nas ruas da cidade nas quais se vê combatentes rebeldes, com uniforme militar e civil, armados com fuzis Kalashnikov e abrindo fogo contra o que parecem ser posições de soldados das forças de Kadafi.
Segundo a televisão estatal líbia, Kadafi prometeu para esta quinta-feira uma "batalha decisiva" para recuperar Misrata, a 150 quilômetros de Trípoli.
"Sereis chamados a pegar em armas na quinta-feira para tomar parte na batalha, que será a decisiva", disse a um grupo de jovens de Misrata, antes de exortá-los a não deixar a cidade "nas mãos de um punhado de loucos", de acordo com a cadeia estatal.
A mesma fonte assegurou ainda que o Exército se movimentaria "em breve" rumo a Benghazi, a segunda maior cidade líbia e o principal reduto dos rebeldes no leste do país.
Os militares do regime lançaram na noite de quarta-feira um ultimato aos habitantes de Benghazi para que abandonassem as zonas próximas a depósitos de armas e quartéis rebeldes, segundo anunciou o canal estatal.
Saif al Islam, um dos filhos de Kadafi, advertiu na quarta-feira que "em 48 horas tudo terá acabado" para os rebeldes.
Por sua parte, seu pai afirmou hoje em uma entrevista ao diário francês "Le Figaro" que bastaria apenas um dia para controlar o país por completo.
"Se utilizássemos a força, nos bastaria um só dia. Mas nosso objetivo é desmantelar progressivamente esses grupos armados recorrendo a diferentes meios, como cercar cidades e enviar mediadores".
http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=28031409&page=2
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