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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Classe C ganha quase 20 milhões de pessoas e passa a ser a maior do país

Salário maior e acesso a bens de consumo fizeram parte dos pobres subirem à classe média

Mais de 19 milhões de brasileiros migraram para a classe C em 2010 e esse grupo passou a representar a maior parcela da população do país. A pesquisa O Observador 2011, encomendada pela Cetelem BGN, empresa do grupo financeiro BNP Paribas, mostra que a classe média tem agora 101 milhões de pessoas.

Com a renda aumentando e o desemprego em queda, no ano passado o consumidor passou a comprar itens que permitiram que ele subisse na escada social. Veículos, eletrodomésticos e até a acasa própria fizeram com que essa fatia da população de menor renda passasse a ser considerada classe média.

As classes sociais utilizadas no estudo são as definidas pelo CCEB (Critério de Classificação Econômica Brasil), que leva em conta itens como posse de eletrodomésticos, carros e pela quantidade de banheiros na casa, por exemplo.

Em 2009, a pesquisa mostrou que a classe C representava 49% da população brasileira, e naquele ano mais de 30 milhões tinham passado das classes D e E para a C. No mesmo período, os que subiram para as classes A e B somavam quase 1 milhão.

A renda familiar do brasileiro cresceu de R$ 1.285 para R$ 1.557 entre os dois anos analisados. O maior aumento percentual ocorreu entre as famílias das classes A e B, cuja renda mensal familiar média foi de R$ 2.533 para R$ 2.983. Na classe C, esses valores passaram de R$ 1.276 para R$ 1.338. Entre o grupo D/E, esse valor foi de R$ 733para R$ 809.

Miltonleise Carreiro Filho, vice-presidente da Cetelem no Brasil, diz que os gastos dos brasileiros acompanharam o crescimento generalizado da renda em todas as classes. No ano de 2010, os brasileiros gastaram em média, mensalmente, R$ 165 a mais que em 2009.

- Em uma conta simples, só o aumento da renda da população das classes D e E entre 2009 e o ano passado significou mais de R$ 1,4 bilhão disponível para o consumo dessas famílias. É um dinheiro sobrando no orçamento para elas fazerem o que quiserem.

Consumo e otimismo aumentam

A pesquisa mostrou que os gastos dos brasileiros aumentaram em todas as categorias. As despesas essenciais (com supermercado, conta de luz, aluguel, etc.) aumentaram menos. O grande salto ocorreu em gastos com vestuário, seguros, prestação da moradia (a conta de um financiamento habitacional, por exemplo) e crédito bancário (empréstimos ou cheque especial, entre outros).

Para Marcos Etchegoyen, diretor-presidente da financeira, esses números mostram que o brasileiro passou a ter acesso a coisas que antes eram somente sonhos, entre eles a casa própria, e isso mantém a roda da economia girando de forma sustentável. Para ele, é um momento histórico.


- Em 2008 já falávamos do crescimento da classe C; em 2009 ela somava 49% da população, mesmo com a crise financeira. Com os dados de hoje, posso dizer, com certeza, que houve uma enorme mobilidade social no Brasil. Estamos passando por um momento histórico com o fim da pirâmide social [de renda]. Estamos vendo agora um losango.

O brasileiro, além disso, está mais otimista. Depois da crise, a avaliação sobre a economia do país aumentou muito em relação aos anos anteriores. Desde 2009, o otimismo é a palavra que define a expectativa do brasileiro em relação ao país, segundo a pesquisa.

O estudo divulgado nesta terça-feira (22) é feito todos os anos em 13 países e ouviu 1.500 pessoas em 70 cidades brasileiras (inclusive nove capitais) para avaliar os hábitos de consumo e a intenção de compra da população. No Brasil, o levantamento ocorreu entre os dias 24 e 31 de dezembro.


http://noticias.r7.com/economia

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