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segunda-feira, 11 de abril de 2011

POSTAGEM LIVRE

Irmão de Wellington diz que história

da família em Realengo está “acabada”


Parente contou que familiares de atirador tiveram que abandonar casa no Rio

Um dos cinco irmãos de Wellington Menezes de Oliveira, o atirador que matou 12 crianças e feriu outras 12 no ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, disse que a história da família no bairro está acabada.

O irmão de Wellington, que mora em Brasília, disse que os irmãos do atirador que mora no Rio tiveram de deixar suas casas por medo de represálias.

- Estamos sem chão. Toda uma história positiva que a família tinha junto aos vizinhos, infelizmente está assim. Tiveram que sair da casa por causa de atitude monstruosa, calculada [de Wellington]. Ele preparou isso e machucou muito a minha família. Nossa história em relação àquela área está acabada.

O irmão do atirador conta que ficou emocionado quando soube da iniciativa de ex-colegas de Wellington de pintar a fachada da casa da família, no Rio, após ataque de vândalos.

- Ficamos muito emocionados quando soubemos disso. Ex-amigos de colégio dele que levantaram essa bandeira. Nossa mãe era amiga de todo mundo ali.

Foi a partir da revolta dos sobrinhos ao ver que a casa havia sido depredada que o cabeleireiro Marcos Gerbatim, de 47 anos, ex-aluno e pai de dois filhos, teve a ideia de mobilizar a vizinhança para pintar os muros da residência, que fica a poucos metros da escola, e cobrir o portão destruído a pedradas com folhas brancas.

O irmão de Wellington afirmou que a família não tem intenção de providenciar um enterro para o atirador, pois o sentimento deles, no momento, está concentrado neles e nos parentes das vítimas.

- Temos estrutura familiar, mas uma pessoa que planeja e faz o que ele fez... Minha família jamais poderíamos por nosso sentimento direcionado a ele. Nossa atenção está direcionada a nós, que estamos vivos, e aos familiares das vítimas.

Entenda o caso

Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).

Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.

Duas adolescentes baleadas, uma delas na cabeça, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.

Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.

Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados na sexta-feira (8) e uma foi cremada na manhã de sábado (9).

O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem pode ser enterrado como indigente a partir do dia 23 de abril.

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