O delegado Sérgio Henriques, responsável pelo departamento da Polícia Técnico-Científica, descartou qualquer chance de relação entre grupos terroristas e Wellington Menezes de Oliveira, autor do massacre que deixou 12 adolescentes mortos e outros 12 feridos na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, quinta-feira passada (7). Para Henriques, o assassino não passava de um esquizofrênico.
O delegado está por da investigação que tenta recuperar arquivos em dois discos rígidos utilizados pelo atirador. Nesta quarta-feira (13), foi divulgado um novo vídeo do assassino, achado na estante de sua casa, em Sepetiba, também zona oeste.
- Descartamos qualquer possibilidade com grupos de terrorismo. Ele fala frases desconexas, mistura religiões. É um quadro de esquizofrenia. Se ele fizesse parte de algum grupo, não usaria as armas que usou [um revólver calibre 32 e outro calibre 38], usaria armas mais avançadas. Esta hipótese não existe.
Em cartas e vídeos divulgados pela polícia, Wellington faz diversas citações de ataques terroristas e, de acordo com o relato de pessoas que conviveram com ele, tinha fixação pelo atentado às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, quando aviões atingiram o World Trade Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Passos da investigação
Henriques explicou que a análise do disco rígido se divide em três partes. Primeiro, os técnicos fazem o que chamam de “espelhamento”; ou seja, duplicam todos os arquivos existentes como medida de segurança.
A segunda etapa consiste na varredura de todos os arquivos, passando por todas as extensões possíveis de fotos e vídeos.
Após o esgotamento da varredura, a terceira fase passa a explorar arquivos que podem ter sido apagados.
Além do disco no qual foi achado o vídeo divulgado, um outro, queimado, foi achado na casa do atirador. De acordo com a polícia, a investigação no equipamento danificado é mais complexa e está sendo feita com toda a calma. Contudo, segundo Henriques, existe a possibilidade de os técnicos não conseguirem recuperar nada.
- Dependendo da temperatura pode ser impossível.
Entenda o caso
Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra (a escola completava 40 anos e realizava uma série de eventos comemorativos).
Armado com dois revólveres de calibres 32 e 38, ele invadiu duas salas e fez vários disparos contra estudantes que assistiam às aulas. Ao menos 12 morreram e outros 12 ficaram feridos, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.
Duas adolescentes, uma delas ferida, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra a barriga do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.
Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Onze estudantes foram enterrados na sexta-feira (8) e uma foi cremada na manhã de sábado (9).
O corpo do atirador permanece no IML. Ele ficará no local por até 15 dias aguardando reconhecimento por parte de um familiar e liberação para enterro. Caso isso não ocorra, o homem pode ser enterrado como indigente a partir do dia 23 de abril.
Não sei porque a polícia descarta a hipótese de o atirador ter relações com grupos terroristas, pois o que ele fez e um verdadeiro ato TERRORISTA.
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