A arte brasileira e latrino-americana ganha nova visibilidade em Londres, com a segunda edição da feira de arte moderna e contempoRânEa Latino-Americana PINTA, uma vitrine para mais de 100 artistas consagrados e emergentes de um continente que se destaca e pisca cada vez mais forte na Europa.
Cerca de 60 galerias dos dois lados do Atlântico participam até quinta-feira (9) do evento, realizado no centro de convenções Earl's Court. "PINTA serve para muitos artistas como plataforma para poder entrar nessas feiras mais globais", explica o presidente da feira, Alejandro Zaia.
A PINTA Londres, que, por enquanto, atrai mais instituições e colecionadores privados do que o público geral, abrange seis décadas de arte latino-americana com pinturas, esculturas, instalações, fotografias e vídeos, mas com uma forte influência do movimento conceitual dos anos 70 e 80.
Quatro exposições individuais prestam homenagens a alguns importantes artistas, como os brasileiros Regina Silveira e Waltercio Caldas, além do mexicano radicado no Brasil Felipe Ehrenberg e do argentino Eduardo Costa.
Para o autodidata Ehrenberg, que este mês completa 68 anos, a PINTA é a primeira feira depois de ter iniciado uma nova fase em sua vida com Manchúria, visão periférica, una retrospectiva de 50 anos de trabalho apresentada com êxito no México, Estados Unidos e Brasil a partir de 2007.
"Desde então, tenho uma galeria brasileira que está me levando de um lugar para outro", explica à AFP, visivelmente satisfeito de voltar à cidade onde viveu durante seis anos a partir de 1968, antes de descobrir sua "vocação latino-americanista" que o levou de volta às raízes.
Sua galeria Baró, em São Paulo, guarda obras desde os anos 70 até hoje e explora alguns dos seus temas prediletos, como a manipulação da informação e a ocupação do espaço.
Desde que surgiu, em 2007, a feira criou um programa de aquisições para museus, no qual este ano participam a Tate Modern de Londres, o Centro Pompidou de Paris, a Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex e o Museu de Arte Contemporânea de Castilla e León. O programa consiste em disponibilizar fundos destas institucições para que sejam multiplicados e totalmente investidos na ampliação das coleções na feira, que, segundo os organizadores, "encoraja as galerias a levarem o que temos de melhor".
Luciana Brito, de uma galeria de São Paulo, que apresenta a obra Quimera, um jogo de luzes e sombras da veterana Regina Silveira, 73 anos, decidiu ir à capital britânica porque os colecionadores europeus "estão cada vez mais interessados na arte brasileira e latino-americana".
Para Luis Guillermo Moreno, diretor da LGM Arte Internacional de Bogotá, Londres "é o lugar onde estão os maiores colecionadores do mundo", que devem aproveitar que "a arte latino-americana está ganhando força em leilões e feiras" atualmente.
A LGM levou à PINTA dois retratos do consagrado Santiago Botero, que acaba de quebrar recordes em um leilão em Nova York, e obras de artistas mais novos, como Alfonso Álvarez e Gustavo Vélez.
Outras poderosas propostas são 11 projetos de artistas emergentes especialmente selecionados, entre os quais se destacam Paisagens Urbanas, do guatemalteco Darío Escobar, feita com bastões de beisebol, e Prosopopeia, da brasileira Rivane Neuenschwandertschander, uma peça de arte conceitual interativa que recria jogos de palavras a partir de materiais orgânicos como laranjas desidratadas e ovos.
Os preços das obras variam entre 5 mil e 50 mil dólares para os emergentes, e chegam a "centenas de milhares" de dólares para os artistas consagrados internacionalmente, um preço no entanto acessível para colecionadores.
"Desde que começamos a Pinta fica cada vez mais difícil para nós mesmos comprarmos a arte de latino-americanos, porque cada vez é mais cara. É um reconhecimento dos nossos artistas", afirma Diego Costa Peuser, diretor da PINTA, antes de acrescentar.
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